Lojas físicas: seu “apocalipse” é uma realidade?

O “apocalipse” das lojas físicas ainda não é uma realidade, graças à inovação que o varejo físico implementou na experiência do cliente.

As lojas físicas têm sido alvo de um possível “apocalipse” nos últimos tempos, onde o varejo tradicional estaria à beira de um colapso. Isso porque o comércio físico foi um dos setores mais afetados no auge da pandemia de 2020 e teve seu desempenho ameaçado, visto que possuiu um papel de influência sobre a economia.

Pesquisas chegaram a estipular que até vinte e cinco mil lojas fechariam suas portas em 2020, um número que superaria até a quantidade de 9.300 estabelecimentos que encerraram suas atividades em 2019. Neste artigo da ECA-USP, vamos explorar o porquê a pandemia não causou o “apocalipse” do varejo, mas acelerou as mudanças e transformações na experiência do cliente.

A performance das vendas online superam as lojas físicas?

A pandemia da Covid-19 acentuou a discussão sobre a performance das vendas online em relação a das lojas físicas, à medida que as restrições de circulação e o desemprego em níveis recordes vinha impactando o segmento.

No entanto, mesmo com a ascensão e popularização das vendas online, as lojas físicas ainda representam uma parte significativa do cenário do mercado, respondendo por cerca de 90% das transações. Para se ter uma ideia, antes da pandemia, o setor do varejo vinha registrando um crescimento constante, com um aumento de 3,8% nas vendas em 2019. 

Ao passo que esse acontecimento atípico diminuiu, o setor se recuperou. Mas ressurgiu de uma forma em que as lojas tiveram que reinventar seu modo de lucrar. Isso porque as mudanças causadas pela pandemia acabaram acelerando tendências que já estavam em andamento, incluindo a integração de canais online e offline na experiência de compra do consumidor.

Novas maneiras de conciliar o varejo físico e online

O varejo é altamente competitivo, com consumidores podendo contar com diversas opções, sejam lojas físicas ou e-commerces. E isso não é necessariamente uma competição, pois não se trata de lojas físicas versus lojas online, mas sim de diferentes formatos de varejo, cada um com suas vantagens.

Na pandemia, muitos consumidores ainda desejam ver, tocar e experimentar produtos antes de adquiri-los. Dado que fazer compras é uma atividade social, na qual as pessoas muitas vezes preferem interagir com varejistas e lojas que já tiveram algum contato. Dessa maneira, a crise ensinou os empreendedores a avaliarem e inovarem em suas operações, sejam seus negócios online ou físicos. 

Hoje, as empresas estão investindo cada vez mais em experiências holísticas, que vão além das compras em telas de celulares. Isso inclui cafés aconchegantes, eventos exclusivos e serviços personalizados, por exemplo. O objetivo é proporcionar aos clientes algo que a compra online não é capaz de oferecer: uma experiência sensorial completa.

Além disso, muitos varejistas estão integrando suas operações online e físicas, oferecendo descontos e ofertas exclusivas para incentivar as pessoas a conhecerem suas lojas físicas. Assim, tal abordagem busca aproveitar o melhor dos dois mundos.  Contudo, o varejo tradicional continua a desempenhar um papel crucial na economia e não desaparecerá à medida que se adaptar às expectativas dos consumidores e às oportunidades que a era digital oferece.

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